Ouço movimentos, barulhos de sirene, portas abrindo-fechando.
Meu corpo é levado por mãos fortes e agora sinto um gelado em minhas costas, aliás pelo corpo todo.
Sístole, diástole - tum, tum...
- Passe o marcador Jorge. Está vendo essa região? É aqui que fazemos a intersecção.
Não sinto meu corpo. De repente me deu vontade de gritar, mas não consigo.
Solidão...
- Primeiro tiramos os órgãos inteiros e colocamos nessas tigelas.
- O senhor não precisa do dreno?
- Não Jorge, já não é mais necessário, do jeito que encontramos...
Por que será que não consigo reagir?
Não abro os olhos, mas pensando bem, prefiro ficar assim!
- Doutor, senti o braço se mexendo!
- Ah, são os movimentos involuntários dos músculos. Fica assim nas primeiras horas. Quando começarmos a serrar não se assuste, pode abrir os olhos!
Frio...
Muito frio...
- Nossa, doutor, tão novinho, quantos anos?
- 25. Mundo cruel!
Estou começando a sentir calafrios, uma força me puxando... Não estou sentindo mais nada.
- Jorge, vou deixá-lo agora, já sabe o que fazer não é?
- Sim, costurar tudo, colocar na gaveta e colocar a ficha de identificação.
- Isso, e não esqueça de limpar tudo.
- Ok!
Agora acho que posso partir, não há mais nada que possa fazer aqui!
- Ah, Jorge, e ao sair, apague a luz!
- O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui? - Isso depende muito de para onde você quer ir, respondeu o Gato. – Não me importo muito para onde…, retrucou Alice. - Então não importa o caminho que você escolha, disse o Gato. (Alice no País das Maravilhas)
domingo, 24 de junho de 2007
Ao sair, apague a luz!
sábado, 2 de junho de 2007
Mais um dia de inverno
Naquela tarde não estava disposta, não queria conversar com ninguém... Mas, ainda assim ele insistiu.
Sentou-se ao meu lado, falou algo sobre o sol, eu só consegui sorrir. Só
Não estava animada, ou seria o frio não permitia que eu abrisse minha boca?!
Ele falou mais algumas coisas que não dei importância, mas respondia com um sorriso e concordava com a cabeça!
Voltei ao livro que estava lendo, com esperança de que ele parasse de falar...
Não, ele não parou de falar, mas foi mais incisivo em sua atitude. Levantou e sentou-se ao lado de uma senhora. Ali travou uma conversa ilimitada de risadas e gesticulações! Um senhor sozinho, que precisava ouvir e ser ouvido, precisava do calor humano dos gestos, das palavras... Ali ele ficou feliz!
Sentou-se ao meu lado, falou algo sobre o sol, eu só consegui sorrir. Só
Não estava animada, ou seria o frio não permitia que eu abrisse minha boca?!
Ele falou mais algumas coisas que não dei importância, mas respondia com um sorriso e concordava com a cabeça!
Voltei ao livro que estava lendo, com esperança de que ele parasse de falar...
Não, ele não parou de falar, mas foi mais incisivo em sua atitude. Levantou e sentou-se ao lado de uma senhora. Ali travou uma conversa ilimitada de risadas e gesticulações! Um senhor sozinho, que precisava ouvir e ser ouvido, precisava do calor humano dos gestos, das palavras... Ali ele ficou feliz!
sexta-feira, 1 de junho de 2007
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